Depois de 118 dias, choveu em Brasília. Foram dois dias de céu cinza, ventos cortantes, temperaturas baixas, dias escuros – bem no começo da primavera.
Foram dois
dias de ansiedade, “não aguento mais essa pandemia!”, melancolia e saudades.
Metade do
vidrinho de óleo essencial de bergamota com cedros atlas foi embora em 48 horas.
A gente está
muito mais conectada à natureza do que parece.
Depois,
volta o sol. Onda de calor. Tempo seco. Difícil respirar. E a energia, solar!
MM despertou
às 5:58. O céu estava claro – o sol nasceu cedo.
Antes da
7:00 eu já tinha dado o café da manhã da cria, lavado uma máquina de roupa,
limpado a casa (sim, é um apê pequeno, mas não diminua o meu trabalho) E
gritado com MM que resolveu que queria colo durante o meu coco matinal. Invadiu
o banheiro, com o copo de vitamina na mão e nem aí para o fato de a mãe estar
sentada na privada.
Não ria.
Eu chorei.
Às 9:00 eu
já estava exausta. E acabou o gás. Nem deu para passar mais café.
Sol a pino
lá fora. Temperatura borbulhando aqui dentro.
A gente está
muito mais conectada à natureza do que parece.
Meio dia.
Ainda falta metade!
A cabeça
denuncia: umidade abaixo dos 20% e você não tomou nem um copo d’água. Logo você!
Pois é tanta
coisa eu que fazia e não cabe mais no dia. Mesmo começando antes das seis da
matina.
Tem dias que
são secos demais. Lá fora e aqui dentro.
As culturas
africanas reconhecem o parentesco entre a vida humana e a natureza. A premissa
é buscar a convivência harmoniosa, em comunhão com ela.
E isso não é
possível sem respeito. Aos ciclos, ao tempo, ao semear e ao florir. Respeitar a
chuva, os ventos, as marés. Respeitar lá fora e respeitar aqui dentro.
Se é de
chuva, deixa chover. Se é de troca, deixa a folha seca cair. Não precisa
dominar nem consertar a natureza. Somente apreciar e respeitar. Viver os ciclos.
Lá fora e
aqui dentro.
A gente está
muito mais conectada à natureza do que parece.