Você é livre?
O que é liberdade?
Quais correntes a gente precisa romper pra ser o que é?
Acredito que as mulheres da minha geração, quase todas, buscam afeto e
aprovação por meio do “agradar”. E aí, a gente cresce meio confusa entre o que
é nosso e o outro espera da gente.
Essa caixa, a do que outro espera da gente, é a minha grande
prisão.
Um cárcere simples, frágil até, mas altamente eficaz. Isso
porque as paredes não refletem luz. Dentro dele a gente não enxerga dentro. A
gente só enxerga fora.
Fora tem um monte de expectativas, olhares julgadores, dedos
apontados, réguas, medidores, avaliadores. São muitos. E a gente acredita que
precisa ser aprovada em todos esses testes. Então, o nosso foco, dentro do
cárcere, é descobrir o que e como fazer para caber nesse cenário. Para se encaix(ot)ar.
A gente passa muito tempo traçando essas estratégias e
ignorando todos os sinais, dores, dissabores que indicam a insatisfação de
dentro.
Com o passar do tempo (e alguma terapia) você percebe como
se aprisionou. Como se apagou. Como negou a própria essência acreditando que o
objetivo desse jogo chamado vida é ser aceita do lado de fora.
Maturidade, dizem.
Deve ser mesmo.
Mas, iluminar o lado de dentro assusta. Você enxerga MUITA
coisa que ficou guardada e escondida por anos. Coisas lindas. E coisas
assustadoras. Todas elas são suas.
“Ah! Melhor apagar a luz!”
É... é um caminho. Porque limpar vai dar trabalho mesmo.
E vai doer um bocado. Vai te obrigar a desagradar.
Simplesmente porque é impossível servir a todos sem se mutilar. E, sejamos
honestas, a gente não aguenta mais perder pedaços
por aí.
Então, haverá choro e ranger de dentes. Mas, vai te
libertar!
E o grande objetivo desse jogo chamado vida é isso!
Ser livre para ser o que é.