Sabe metáfora bem elaborada que te faz ficar pensando no filme por dias?
Adoro metáforas.
“Dois estranhos” é dolorido. Especialmente para a população preta – que saca na
hora, se revolta na hora, se desespera junto e fica atônita quando o filme
acaba.
Meia hora de
soco no estômago.
E não é
filme.
Não é ficção.
É o que rola mesmo. Todos os dias. Dia após dia.
Banalizaram
a vida preta a tal ponto que, aqui no Brasil, as pessoas nem se chocam mais.
Lamentam e seguem.
Estou
falando do genocídio contra a população negra.
E o filme é sobre isso também.
A grande
sacada do curta é mostrar como estamos presos num beco sem saída. O que fazer?
É essa a
pergunta.
E não há resposta.
Aliás, tem sim: o rac1sm0 precisa ser encarado como um problema real a ser
solucionado pela branquitude – as pessoas que o criaram.
Para nós, população negra, a meta é sobreviver. E afrontar enquanto estivermos
vivos.
Porque, não
interessa o que a gente faça, o fim da história já está escrito.
Mas, somos muitos! E cada dia mais conscientes da nossa realeza! Sempre haverá
quem enfie o dedo na ferida.
“Dois
estranhos” foi indicado ao Oscar 2021 na categoria de melhor curta-metragem. O
melhor filme, dessa leva, que eu vi até agora.
Não assista antes de dormir. Talvez você não durma.
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