Tem dias que a gente acha que está fazendo tudo errado.
Trabalha
tempo de mais, brinca com a cria tempo de menos.
É banho, é
fralda, é almoço, é ninar, é banho, é fralda...
É cansaço!
“Será que
ele gosta de mim?” – vocês nunca se perguntaram?
Tem dias que
a gente se acha incapaz de conciliar tudo.
É trabalho,
é supermercado, é texto pra ler, é faculdade,
é supermercado de novo... um trabalho invisível sem fim.
“Será que
vou voltar a ter tempo pra mim” – vocês nunca se perguntaram?
Tem dias que
a gente só quer que o dia chegue ao fim.
E sempre
chega. E nasce outro. Com novas possibilidades.
As obrigações
vão ser as mesmas. Talvez apareça uma mão estendida para dar uma força, uma mensagem
ao longo dia que te faça dar risada... coisas que tornam a jornada mais leve.
Mas, a roupa suja vai continuar lá se você não lavar. E o leite sempre acaba.
Tem que ir comprar mais. Não dá pra fugir da realidade.
E tudo bem
ficar cansada. É bem cansativo mesmo! E a gente nem pode deitar em posição fetal
e chorar até pegar no sono... não dá tempo!
Na correria
do dia a dia não tem essa de “acione sua rede de apoio e tire um tempo pra você”.
Até isso precisa ser pensado e organizado.
Pensar e
organizar são coisas que, no meio da crise, eu não consigo fazer.
Por isso, na
onda das resoluções de fim de ano, decidi que para 2021 preciso pensar e me
organizar.
Não é justo
comigo nem com MM passar por tantas crises de ira, desencadeadas por exaustão.
Decidi que
vou sentar e pensar: quem, de fato está disposto a ajudar? Como posso me
organizar com elas?
A gente
precisa aprender a pedir ajuda.
Por exemplo,
avós normalmente ficam muitos felizes em ser avós – é preciso deixá-los ser! Isso
vale para tias, madrinhas, amigas do peito irmãs camaradas. Quem quer de fato
participar da sua vida e da sua cria? Com todas as responsabilidades que isso
envolve?
São essas
pessoas que precisam ser envolvidas. É a elas que você precisa pedir ajuda,
antes de surtar – de preferência.
E se você
está por perto de uma mãe sobrecarregada e realmente tem disposição em ajudar,
demonstre! Falar “qualquer coisa pode me ligar” é muito gentil, mas na prática
não tem nenhuma aplicabilidade.
Manda um
lanche. Umas frutas e verduras frescas. Se vocês estão convivendo nessa
pandemia, libera a mãe por duas horas, de forma aleatória mesmo e de surpresa -
pra ela nem saber o que fazer com “tanto tempo livre”.
Dê afeto. Sim,
para a criança. Mas, a mãe precisa muito também.
Ubuntu é mais
que uma hashtag da moda. Ubuntu é rede. É coletivo. É interdependência.
Para 2021
vou sentar, pensar, organizar e manter por perto apenas quem tope o que chamo de "nível ubuntu de envolvimento".
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