MM sempre mamou em livre demanda. De dia, de tarde, de noite, de madrugada. Nunca dormiu uma noite inteira (pelo menos até agora, vai que hoje é o grande dia?). Aos seis meses, iniciamos a introdução alimentar. Continuou mamando à vontade por mais um mês, até minha licença-maternidade acabar e eu voltar ao trabalho.
De um dia pro outro, o open bar de "mamá" ficou bem regulado. Eu deixava leite para ele tomar na mamadeira uma vez ao longo do dia. Quando a gente se encontrava, por volta das 16h, retomávamos o ciclo.
Até que o coronavírus começou a girar no planeta Terra e chegou o home office. Open bar liberado de novo.
Ele mamava durante o dia e acordava pelo menos uma vez no meio da noite. Não era fome, eu sei. Mas, você já tentou ninar um bebê às 3h da madrugada? Com ele sentindo o cheiro do leite no seu colo? Eu achava BEM mais fácil amamentá-lo e dormir junto com ele.
Deu certo pra gente. Até não dar mais. Até eu me sentir muito exausta e querer dormir em qualquer posição por pelo menos cinco horas seguidas.
Foi então que o famigerado desmame noturno começou a passar pela minha cabeça. Uma rápida pesquisa no Google e você encontra um monte de dicas absurdas, ainda que vendidas como "desmame gentil".
Um monte de receitas mágicas que desconsideram completamente a realidade e uma mãe solo, por exemplo.
"Não, não tem ninguém para acalmar o bebê quando ele acordar no meio da madrugada. É a mãe com o peito cheio de leite mesmo".
((Aqui vale lembrar que tem muita mãe solo casada.))
E assim, cedi na primeira tentativa. Muito choro e muito sono pra pouca disposição.
Decidi mentalmente mais algumas vezes até que conseguir colocar em prática de fato.
Noite 1: quase três horas de choro ininterrupto. Estresse. Das duas partes. Desespero. Das duas partes.
Quando o dia raiou, com o peito explodindo de leite, a minha maior vontade era amamentar. Mas, eu pensei que liberar de dia e proibir de noite poderia gerar uma confusão na cabeça do MM. "Quando pode e quando não pode?"
E assim, de repente, meu filho tinha mamado pela última vez na noite anterior. E eu nem sabia.
E assim, de repente, meu filho tinha mamado pela última vez na noite anterior. E eu nem sabia.
Estamos nesse processo. E eu estou arrasada. Mais que MM.
Eu gosto de amamentar. Acho lindo vê-lo adormecer. Adoro o carinho que ele também me dá. Adoro a nossa troca. E não estava preparada pra isso.
No primeiro dia eu senti que ele iria me odiar. Pediu algumas vezes, afinal, tínhamos uma rotina... um ritual. Que se quebrou.
Tirei o leite. Ele tomou na mamadeira. E a noite 2 foi mais tranquila: acordou umas 15 vezes, mas aceitava a realidade de dormir sem "mamá".
Na noite 3 ele nem quis o leite da mamadeira. E a produção em mim caiu consideravelmente.
Eu... bom, eu sigo chorando toda vez que lembro que nossos momentos acabaram. E tento me consolar pensando que vamos construir outros.
Pode soar drama de mãe leonina. Mas, é doído mesmo.
Coisa doida é esse tal de ser mãe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário