Sobre limites, resistência e privilégios.
Eu não sei
se sempre foi assim, ou se é efeito do combo pandemia + isolamento, mas
ultimamente o BBB tem protagonizado uma série de discussões relevantes, que
ajudam a desnudar vários aspectos da nossa sociedade.
Fica
evidente, por exemplo, como a casta de privilegiados deste país está desesperada.
Esperneia porque não quer perder os privilégios há séculos perpetuados.
Esperneia porque agora é cobrada se não respeita liberdade de crença, se não respeita
orientação sexual, se insiste nas piadinhas homofóbicas, transfóbicas e
racistas. Não gosta quando jogamos na cara deles que o mundo não é só deles.
Para quem não acompanha o reality, essa é a primeira edição do Big Brother com
metade dos participantes negros. Mas, não foi um favor ou surto de consciência:
50% de participantes negros e indígenas é obrigação imposta pela CBS, emissora
estadunidense detentora dos diretos do Big Brother, depois de uma enxurrada de
críticas.
Negros em condição
de igualdade incomoda um bocado de gente. Ainda mais se forem negros que sabem
do poder que têm e delimitam bem os limites. E apontam incômodos. E dizem do
que não gostam.
Ah! Viram
logo raivosos. Chatos. Gente grossa! Bom mesmo são os subjugados, né?! Os que “sabem
o seu lugar”. Os que engolem a seco e fingem não existir.
Esse mundo
não existe mais!
Estamos aqui. As negras. As gays. As trans. As candomblecistas. Vamos exigir
respeito sim. Impor limite sim. Que seja no grito, já que sem barulho vocês não
se mexem.
Vocês que
lutem com as próprias sombras, assumam-se racistas e homofóbicos e vão cuidar
disso! Parem de colocar o preconceito de vocês na conta da moral, dos bons
costumes, da gramática (por que o todes te incomoda?) e até (que ousadia!) na
de Jesus Cristo!
A revolução sempre
teve causa. O chilique de vocês é que é vazio.
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