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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Estamos aqui

Sobre limites, resistência e privilégios.

 

Eu não sei se sempre foi assim, ou se é efeito do combo pandemia + isolamento, mas ultimamente o BBB tem protagonizado uma série de discussões relevantes, que ajudam a desnudar vários aspectos da nossa sociedade.

Fica evidente, por exemplo, como a casta de privilegiados deste país está desesperada. Esperneia porque não quer perder os privilégios há séculos perpetuados. Esperneia porque agora é cobrada se não respeita liberdade de crença, se não respeita orientação sexual, se insiste nas piadinhas homofóbicas, transfóbicas e racistas. Não gosta quando jogamos na cara deles que o mundo não é só deles.

Para quem não acompanha o reality, essa é a primeira edição do Big Brother com metade dos participantes negros. Mas, não foi um favor ou surto de consciência: 50% de participantes negros e indígenas é obrigação imposta pela CBS, emissora estadunidense detentora dos diretos do Big Brother, depois de uma enxurrada de críticas.

Negros em condição de igualdade incomoda um bocado de gente. Ainda mais se forem negros que sabem do poder que têm e delimitam bem os limites. E apontam incômodos. E dizem do que não gostam.

Ah! Viram logo raivosos. Chatos. Gente grossa! Bom mesmo são os subjugados, né?! Os que “sabem o seu lugar”. Os que engolem a seco e fingem não existir.

Esse mundo não existe mais!

Estamos aqui. As negras. As gays. As trans. As candomblecistas. Vamos exigir respeito sim. Impor limite sim. Que seja no grito, já que sem barulho vocês não se mexem.

Vocês que lutem com as próprias sombras, assumam-se racistas e homofóbicos e vão cuidar disso! Parem de colocar o preconceito de vocês na conta da moral, dos bons costumes, da gramática (por que o todes te incomoda?) e até (que ousadia!) na de Jesus Cristo!

A revolução sempre teve causa. O chilique de vocês é que é vazio.

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