Tenho
pensado muito sobre “colo”.
Quem não
gosta? Quem não quer?
Acho tão
bonita a simplicidade das crianças ao pedir. É muito natural. Deu vontade de um
dengo, sentiu sono, ficou cansado, para matar a saudade... colo!
MM aqui não
tem pudor nenhum. Não tem hora, não tem lugar, não tem nada que o impeça de comunicar
a necessidade daquele momento.
“Mamãe, qué
tolo”.
Por que a
gente perde essa habilidade? O que passa a ser tão constrangedor que nos impede
de pedir colo? Não é porque crescemos que deixamos de precisar. Ao contrário,
arrisco dizer que é na vida adulta que a gente precisa mesmo.
Colo
materno, sim. Mas, também colo amigo, colo apaixonado, colo de amparo, de
acolhimento.
E aquele
colo trocado, em que você oferta e recebe, aperta e suspira ao mesmo tempo?
Intimidade.
Eu sempre
fui uma pessoa de abraços (#vemvacina) e agora me descubro também uma pessoa de
colo. Gosto de ser e de ter um. Só não (re)aprendi a pedir.
É que a vida
muitas vezes exige que a gente forje uma pessoa que se vira, que faz, que
resolve. Bom, a gente até se vira, faz e resolve mesmo. Mas, essa couraça
também quer colo.
O coração
pede colo – e nesses casos não precisa ser físico. Afago também se faz por meio
de palavras, de gestos, de escuta.
Talvez você
nem saiba, mas é de colo que você precisa.
Talvez uma
carência, muitos colos negados na infância em nome de te fazer forte.
Sendo que é
o colo, o afeto, que nos tornam fortes.
Não negue
colo, nem pra você mesma. Acolha-se. Dê a você o colo que gostaria de receber.
Já tentou?
Acordar de
manhã, se desejar um bom dia e se abraçar? Um colo rápido, antes de sair da
cama, só pra validar seus sentimentos e necessidades antes de cair na luta. Uma
construção de intimidade consigo mesma.
Acho que
esse autocuidado pode nos deixar mais confortáveis para pedir um colinho, com a
mesma naturalidade das crianças. Pode nos deixar mais dispostas a ser colo para
quem precisar – para gente mesma, que estamos precisando.
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