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segunda-feira, 8 de março de 2021

Matripotência

MM completou 2 anos. Os 24 meses mais rápidos e longos da minha vida. Intensos, exaustivos, cheios de aprendizados, testagem de limites e um amor indescritível. 


O dia de nascimento do filho é também o dia do nascimento da mãe. Na cultura iorubá, Ìyá é quem dá a vida - e Ìyá tem tantos aniversários quanto o número de filhos. 


Desde que MM nasceu, todo 01/03 é dia de celebrar a vida dele e a vida da Carol mãe - a Carol Ìyá. E sou, porque ele é. Comemoro, porque ele está e, assim, me faz. 


É preciso celebrar a potência da maternagem -  a matripotência. Essa força do gerar, parir, alimentar e se doar pelos anos seguintes. É uma força motriz - é o que move a humanidade. Já parou pra pensar? 


Quem fala muito bem sobre isso é a socióloga iorubá Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí. Tem um artigo dela, "What Gender is Motherhood?" (o professor @uan.flor traduziu e está disponível na internet) que deu sentido a muitas coisas por aqui. Esse olhar pra maternidade que conhecemos, de privações e de limitações, é mais uma forma de nos impedir de conhecer a nossa força. O nosso poder transformaador. Maternagem é potência! 


E qualquer forma de maternagem - trazendo ao mundo filhos ou ideias, conduzindo com afeto a prole ou alguém que você ama e também precisa. 


E não quero aqui romantizar nada - a exaustão é real. Por isso, também sempre gosto de escrever sobre a importância da comunidade nesse processo. Não é um caminho solo - não deve ser. 


Tem mais reflexões sobre isso no artigo que eu escrevi pro livro "Tinha que ser preto", que logo menos será lançado pela @editoraconquista. 


Um projeto que só foi possível por meio da minha maternidade. 


MM é minha melhor revolução!

Obrigada, filho! 🖤

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