Há um ditado popular que diz que pra tudo na vida há solução, menos pra morte.
E quando a morte vira a solução?
Essa semana um morador de Formosa-GO, cansado de ser roubado, decidiu armar uma arapuca para pegar o ladrão com a boca na botija. Pegou o gatuno com o pé na ratoeira e um tiro no peito. Impediu o nono assalto a residência dele. E tirou uma vida. Resolveu?
Esse mês arrombaram meu carro duas vezes. Sem estepe, sem celular, sem meu material de inglês. O que eu posso fazer? Nada!
O malandro ainda pode fazer algumas coisas, aprender uma nova língua por exemplo. Mas, a essa altura, meu livro deve estar em algum lixo por aí. Ou foi fumado pela galera da gangue. Ou foi usado para enrolar o pó vendido nas quebrada.
E quem poderia, de fato, fazer alguma coisa parece não estar muito afim não.
Dois dias depois de levarem meu celular eu vi, no centro de Taguatinga, um cara, com a camisa do Flamengo, com cinco aparelhos na mão, vendendo cada um por R$ 50,00. A cerca de 300 metros dali uma viatura da PM e dois agentes do lado de fora. Fazendo o quê? Esperando o plantão acabar, talvez.
- Ô moço! Você não tá vendo aquele cara lá não? Faz alguma coisa! Vai lá perguntar se ele tem nota fiscal desses celulares aí! Vai lá perguntar se ele tem pelo menos o carregador desse celulares! Vai lá me provar que esses celulares não são roubados!
Foi isso que eu tive vontade de gritar na cara deles. Mas, respirei fundo, recolhi tudo na gastrite e engoli a raiva. Porque era bem capaz do moço querer me levar por desacato, já que eu só tinha R$ 5,00 na carteira e eles iam querem pelo menos mais R$ 95,00 pra se fingirem de cegos/surdos/mudos e me liberarem.
A situação é exatamente igual na política. A diferença é a quantidade de zeros à direita. E eles não negociam celulares, negociam contratos, licitações, a abertura da Copa do Mundo...
Não tem pra onde correr não. Se não é de um lado e do outro. Se não é o carro arrombado, é o dinheiro do imposto desviado. Se não é o celular, é o contrato milionário do DNIT.
E aí? Vai fazer o quê? Vai matar?
Dona Edith prefere inducar.
Eu, sinceramente, acho que não tem jeito não. Contrariando o ditado popular, acredito que pra tudo na vida tem solução, menos pra morte, para corrupção, pra hemorróidas e para banda Restart.
“Não é drama, porque eu não estou aqui dramando nada. São só as condições em que a gente vive.” – Edith Maria Manuelina Tarabetina Capitulina de Jesus Amor Divino
Genial!!!
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