Depois de
sete meses e 15 dias de teletrabalho, voltei excepcionalmente à redação nesse
feriado. A constatação é de que sim, foi difícil, mas estou adaptada à rotina
de trabalhar em casa.
Foi uma
loucura no início. Super complicado administrar um mini estúdio de rádio dentro
de uma casa com um bebê de 1 ano. Muitos surtos, muita culpa... muito “não
estou trabalhando direito”, somado a “não estou dando atenção pro meu filho”, junto
com “será que passei álcool em tudo ou tem algum corona por aqui?”.
O primeiro
mês destruiu, inclusive, meu relacionamento. Bom, não isso apenas, mas isso
também. E aí, mais adaptações foram necessárias. Mudamos de endereço, e junto
com geladeira, fogão e cama... levamos também o mini estúdio.
Uns ajustes
ali, muita rede de apoio aqui... encontramos nossa forma de funcionar. Passado
todo o turbilhão, consigo ver como, nessa balança complexa da pandemia, o
teletrabalho trouxe coisas positivas. Estar em casa me permite acompanhar de
perto o desenvolvimento de MM.
Essa fase é
muito gostosa! Eles crescem a olhos vistos! De um dia pro outro o pijama de
frio simplesmente não serve mais. Todo dia uma palavra nova, uma gracinha
diferente, uma personalidade se mostrando – e por aqui, ai ai, o rapazinho
parece já saber ao que veio.
Trabalhar me
preenche e me realiza demais. Poder continuar fazendo isso dentro de casa, em
segurança, e com meu filho perto é um puta privilégio. Agora, consigo assimilar
tudo isso.
Não que eu
não queira voltar pra rua, pra redação cheia, pro estúdio que só faz silêncio quando
a luz de “ao vivo” acende. Quero demais! Mas, percebo como esses últimos sete
meses foram importantes pro meu maternar, como isso fortaleceu a minha conexão
com a cria.
Sobre voltar
aos estúdios, que sensação estranha uma redação vazia e silenciosa. Que
estranho voltar pra baia de trabalho, empoeirada, e rever o calendário – que parou
em março. Parece que o tempo parou por ali.
Mas, ninguém
passou incólume por essa pandemia. Muito menos o tempo.
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