O ralo da
pia da cozinha dava sinais de “problemas” há algum tempo. A água da louça suja
começou a descer leeeenta.
“Ai, só
falta essa pia entupir!”
Passaram-se
os dias, a água foi escorrendo “ok”... vida que segue.
Algumas
semanas depois, travou. Dei uns murros no ralo, pra fazer uma pressão. Foi!
Dias depois,
de novo.
“Vi na
internet que bicabornato com água quente resolve”.
Resolveu!
Mais duas
semanas fluindo até que... entupiu de novo!
“Poxa, como
se a vida já não estivesse ‘complicada’ o suficiente, agora essa água nojenta
parada aqui”.
Minha relação
com a pia da cozinha estava dando sinais de “problemas” há alguns meses, mas eu
só parei pra resolver hoje, quando o sifão explodiu e interditou tudo.
Ao adiar a
solução, eu achava que estava ganhando tempo. Resolvendo outras tretas mais
urgentes. Ou, cansada demais pra pensar naquilo.
Enquanto estava
dando para lavar a louça, fui tocando.
Mas, ficou
insustentável. O sifão não aguentou tanta sujeira. Além de trocá-lo eu tive de
limpar o armário alagado e jogar meio saco de açúcar fora.
Isso tudo por
volta das 21h, quando eu olhei pra pia cheia da louça do almoço, que eu,
deliberadamente, decidi ignorar porque estava cansada demais.
Eu levantei
do sofá, olhei pra pia e conclui: ignorar o problema não faz com que ele
desapareça. A louça continua ali. Cedo ou tarde vou ter que encará-la.
E assim fiz.
Quando
enxaguei o último copo, o sifão pensou: “ótimo, agora olha pra mim aqui, você
também não pode mais me ignorar”. E explodiu.
A vida é isso.
Você pode encarar de frente e resolver logo os problemas. Ou ir adiando, juntar
três semanas de roupa suja, acumular panelas na pia, fingir não ver o pó na
estante... e ir tocando.
Mas, nada
disso some. Está tudo lá, esperando você unir forças, criar coragem e limpar
tudo de uma vez.
O momento?
Cada um tem o seu.
Até que não tem mais.
Até que entope, azeda, mofa e você já não é mais livre pra decidir. Ou desiste
e joga fora, ou encara o trabalho dobrado pra limpar – com o risco de nem ficar
100%, uma mancha ali, uma mal cheiro
impregnado acolá...
Como vocês
perceberam pelo sifão, eu me dei conta disso na marra.
Mas, aprendi
a trocar sifão!
Agora, vamos
desentupir as tretas da vida.