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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Plágio sem sentido

Tem horas que dá vontade de escrever uma música
Mas, nunca consegui compor nenhuma canção
Também nunca tentei
Acho melhor escrever sem o compromisso do sentido
E as músicas precisam fazer sentido
Pelo menos para quem escreve
Ou não?

E já tem ótimas músicas que representam um pouco de tudo agora
Se juntasse algumas estrofes, sem o compromisso do sentido
Lenine, Caetano, Ramalhão, Marisa e Simonal fariam parte do meu plágio
Porque, no momento, tenho sentido saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi, pensando em nós dois
Nós dois quem?

É que o tempo deixa tudo muito grande, ou muito pequeno
E como falta pouco tempo para o tempo acabar
Faço uma oração: peço o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo
Quando o tempo for propício
Quanto tempo a gente tem?

Como é fácil se perder tentando achar respostas
Tem fases em que eu desisto de perguntar
Prossigo cantando, beijando o espaço
E além do cabelo que desembaraço
Invoco as águas para inundar o pensamento
E lavar pessoas e coisas que vão se arrastando
Por que tão arrastado?

Até que chega aquele momento
Que o barulhinho que o tempo faz no peito pede para ser ouvido
A gente decide fazer a dor dançar
E prestar atenção para escutar o que quer saber de verdade
A verdade dói?

Aí, suspende a vida real
Procura novas perguntas
Paga pra ver
Pede emprestado alguns versos famosos
E sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá
Mesmo que não faça nenhum sentido
Entende?



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