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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Entendi, Caetano!

"Respeito muito minhas lágrimas. Mas, ainda mais minha risada"

Concluída mais uma volta em torno do Sol, alguma coisa aqui fez sentido. Graças a lembranças, mensagens e pessoas que apareceram no meio das felicitações.

Aparições virtuais.
Aniversário pandêmico - sem beijo, sem abraço, sem aglomerações.
Mas, com uma epifania. 

Celebrações e festas são ótimas - eu adoro. Mas, no meio delas, talvez o que realmente importa passe batido. Em isolamento, não foi preciso pensar em reserva de restaurante, ou em quantas pessoas cabem na varanda. Nem se seria uma lista de convidados completa, com direito a chefe e namorada do primo, ou um barzinho com os mais íntimos.
Foi preciso apenas viver o dia.

Fazer uma playlist com as músicas preferidas.
Dar o play ao lado de uma lata gelada de ipa.
Receber mensagens protocolares.
Responder as afetuosas.
Autocelebração com um brownie de chocolate.
Esperar de onde nunca veio.
(Oi, frustração! Entra aí, fica à vontade, você já é de casa!)

Viver o dia é olhar pra tudo que passa por ele. Tem dores e vazios também.

E o que falta, falta.
Mas, e o que tem?

Tem quem tirou dois minutos do dia para te escrever um "parabéns". E, naquele momento, a energia dedicada pensando em você, conta. Preenche.

Focar no que falta não deixa a gente ver a quantidade de lugares bonitos que são presenças. E, ao não percebê-los, nos tornamos ausência.

Eu quero ser ausência?

Uma coisa é se proteger e sair de onde não é seguro, de onde nos machucam. Isso é, inclusive, necessário.
Mas, ser ausência por orgulho, por medo, por vingança... faz buraco na gente também
. 

Apesar de parecer, essa nossa jornada não é uma competição sobre quem lacra mais. Os momentos passam. A raiva se dissipa. E ficam as marcas que deixamos nas pessoas, nas vidas que cruzamos.

É muito melhor ser uma memória bonita. A energia liberada por quem lembra com carinho, compensa. Ainda que anos depois.

A epifania? Quero ser lembrança boa! Inclusive pra mim. Quero fazer desses momentos meus comigo mesma uma recordação de aconchego. 

Gentileza e afeto não têm contraindicação. A dosagem é ilimitada. Pode oferecer para todo mundo. Para você principalmente. Quem não quiser, que dispense. E uma recusa não pode cessar a oferta.

"Gotas de leite bom na minha cara. Chuva do mesmo bom sobre os caretas"







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