A selfie marota na balada de sexta-feira.
A viagem de férias.
A sobremesa gourmet com calda de chocolate escorrendo pelas bordas.
Tudo isso é lado A.
É o popular. O legal. O que as pessoas querem ver.
O hit que bombava nas rádios sempre estava no lado A do vinil - ou das fitas K7 (minha prima de 17 anos não sabe o que é uma fita K7. Estou oficialmente velha ultrapassada).
O lado A é o lado dos hits. O que todo mundo ouve. O que agrada a maioria das pessoas. O "sucessão".
No lado B, a banda gravava as músicas que, geralmente, não eram unanimidade. Aquelas que não são pop, apesar de dizerem muito sobre a personalidade dos músicos.
Às vezes são tristes. Às vezes são melancólicas. Às vezes são contestadoras. Às vezes são tristes, melancólicas e contestadoras. E, mesmo assim, bonitas!
" Help" é lado A.
"All together now" é lado B.
"Pais e filhos" é lado A.
"Eu era um lobisomem juvenil" é lado B.
Lado B é aquele seu momento "meio puto meio reflexivo" antes de prestar atenção no céu de cores bonitas que podem render uma boa foto no Instagram.
É aquela "bad vibe ressaqueada" que você sente no sábado meio-dia, depois que acorda da balada de sexta, mas que ninguém no Instagram vai ficar sabendo porque não renderia muitas curtidas.
É a crise de culpa que você tem depois de subir na balança e perceber a merda que deu comer aquela sobremesa maravilhosa com chocolate transbordando durante o último mês.
Mas, né? Vai tirar foto da celulite e jogar nas redes sociais?
Nunca! Lado B. Ou melhor, lado C!
Lado B é aquele choro sentido de saudade, escondido pela linda paisagem.
É aquele desespero de saber que seu pai perdeu o irmão caçula e você não consegue correr para abraçá-lo porque está há umas 22 horas "voando" de distância.
É lidar com pessoas que acham que, no mundo, terá sempre alguém para servi-las. E que tudo bem entupir a pia, ou explodir o microondas, ou deixar essa meleca no chão - alguém vai dar um jeito nisso na segunda-feira.
"Pais e filhos" é lado A.
"Eu era um lobisomem juvenil" é lado B.
Lado B é aquele seu momento "meio puto meio reflexivo" antes de prestar atenção no céu de cores bonitas que podem render uma boa foto no Instagram.
É aquela "bad vibe ressaqueada" que você sente no sábado meio-dia, depois que acorda da balada de sexta, mas que ninguém no Instagram vai ficar sabendo porque não renderia muitas curtidas.
É a crise de culpa que você tem depois de subir na balança e perceber a merda que deu comer aquela sobremesa maravilhosa com chocolate transbordando durante o último mês.
Mas, né? Vai tirar foto da celulite e jogar nas redes sociais?
Nunca! Lado B. Ou melhor, lado C!
Lado B é aquele choro sentido de saudade, escondido pela linda paisagem.
É aquele desespero de saber que seu pai perdeu o irmão caçula e você não consegue correr para abraçá-lo porque está há umas 22 horas "voando" de distância.
É lidar com pessoas que acham que, no mundo, terá sempre alguém para servi-las. E que tudo bem entupir a pia, ou explodir o microondas, ou deixar essa meleca no chão - alguém vai dar um jeito nisso na segunda-feira.
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Por que jogar comida dentro da pia, gente????? |
Mas, você vai postar o hostel nojento? A fronha manchada do rímel que escorreu na sua crise de choro?
Claro que não! Melhor postar o Opera House iluminado pro Vivid Festival!
Mesmo com pouquíssimas pessoas ouvindo, o lado B sempre esteve lá! Nos shows, tocava uma ou duas músicas, e só quem era fã cantava junto.
Quem era fã, muita vezes até preferia o lado B.
Ele é mais genuíno. Mais revelador. Mais subjetivo. Por mais que não seja tão agradável.
O lado B vai estar sempre ali e diz tanto sobre a gente quanto o lado A. Por mais que não seja bonito, é nosso. Faz parte. Compõe.
A saudade é minha! A dor é minha! A celulite é minha! A vontade de sair correndo ao se deparar com uma montanha de lixo na cozinha é minha! E diz muito sobre quem eu sou.
Lidar com o lado B também diz muito sobre quem eu penso em ser.
...
No último show de Brasília, Paul McCartney abriu com "All together now". E não tocou "Help".
Com o tempo, a gente assume o lado B porque aprende a gostar dele. Porque percebe que ele é o que realmente é. O lado A é o que parece ser.
É o lado B que faz o A ter sentido.
"Eu era um lobisomem juvenil" é minha música preferida da Legião Urbana.
Lado B.
"Parecer" cansa. É mais fácil "ser".
Viva o lado B!
Claro que não! Melhor postar o Opera House iluminado pro Vivid Festival!
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Quase um carro alegórico da Mangueira |
Mesmo com pouquíssimas pessoas ouvindo, o lado B sempre esteve lá! Nos shows, tocava uma ou duas músicas, e só quem era fã cantava junto.
Quem era fã, muita vezes até preferia o lado B.
Ele é mais genuíno. Mais revelador. Mais subjetivo. Por mais que não seja tão agradável.
O lado B vai estar sempre ali e diz tanto sobre a gente quanto o lado A. Por mais que não seja bonito, é nosso. Faz parte. Compõe.
A saudade é minha! A dor é minha! A celulite é minha! A vontade de sair correndo ao se deparar com uma montanha de lixo na cozinha é minha! E diz muito sobre quem eu sou.
Lidar com o lado B também diz muito sobre quem eu penso em ser.
...
No último show de Brasília, Paul McCartney abriu com "All together now". E não tocou "Help".
Com o tempo, a gente assume o lado B porque aprende a gostar dele. Porque percebe que ele é o que realmente é. O lado A é o que parece ser.
É o lado B que faz o A ter sentido.
"Eu era um lobisomem juvenil" é minha música preferida da Legião Urbana.
Lado B.
"Parecer" cansa. É mais fácil "ser".
Viva o lado B!
Muito bom.
ResponderExcluirIdentifico-me.
ResponderExcluirComo eu queria gritar um pouco do meu lado B. Não silenciosamente... Mas gritar gritado.
P.s: Saudades.
Estou sempre pronta para ouvir seus gritos lado B. Disponha!
ExcluirPS: Saudades!