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quarta-feira, 24 de março de 2021

Epifania das panelas

 

Encerrei o expediente do teletrabalho e fui pro segundo turno – “preciso encarar essa pia, não tem mais pra onde fugir”.

Cinco panelas sujas. Não tinha nem espaço mais para disfarçar.

Ok! Escolhi umas músicas, dei o play e vamos lá!

Cerca de 40 minutos depois “a paz invadiu o meu coração”. Pia limpa, fogão limpo. Vencemos!

Mas, quanto tempo dura uma pia vazia?

Quanto tempo dura uma cozinha “em ordem”?

Foi o que eu pensei ao pegar a panela que nem chegou a ir pro armário –  saiu do escorredor direto pra fogão de novo. Chegou a hora do mingau.

E lá vamos de novo!

Foi aí que que tive a epifania das panelas: a “desordem” faz parte da vida. Enquanto houver vida, haverá panelas sujas. A pia cheia significa que a casa está em movimento.

A vida está em movimento.

A gente precisa aprender a conviver com as coisas fora de ordem – porque elas nunca estarão todas no seu devido lugar. Pelo simples fato de que estamos vivos! Remexendo. Bagunçando.

A gente até para e limpa tudo no dia da faxina – esses momentos são necessários. Jogar fora o que não usa mais; tirar o limo do banheiro; organiza o armário num dia, a caixa de brinquedos no outro e assim vai... Mas, você vai continuar usando as roupas. Sua cria vai misturar todos os brinquedos de novo. Que bom! Estamos vivos!

Então, graças à panela de mingau, eu entendi que o objetivo não pode ser deixar tudo em ordem. Porque nunca estará. O segredo é se organizar na bagunça. Entender que faz parte. Vida é movimento. E é se movimentando que a gente altera realidades.

O acúmulo de entulho é que não pode, porque aí até atrapalha o movimento. Então, suje! Quando precisar, limpe! E sigamos!

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