Eu sempre gosto de acompanhar os filmes indicados ao Oscar. Sei e não esqueço que ter essa premiação como “validador” é injusto, já que a Academia segue reproduzindo os preconceitos da sociedade.
Recentemente,
após uma avalanche de críticas, notamos um esforço para pelo menos indicar
produções fora do padrão do “homem branco ocidental”. E, como há algum tempo
tenho optado por ver filmes que me tiram desse eixo, este ano o que me interessa é o
protagonismo preto.
Começo pela
lista dos documentários – gênero que muito me agrada, por sinal. Concorrendo como
melhor doc de curta-metragem: “Uma canção para Latasha”.
Gosto da
dança de ideias do título. É um documentário “sobre”, mas se pretende uma
canção “para”. Conseguiu abarcar os dois conceitos.
A melhor
amiga e a prima de Latasha apresentam a menina, narrando passagens, contando um
pouco da história de vida dessa jovem negra, moradora de Los Angeles na década
de 1980.
Os recursos
da edição, que mistura personagens reais com atores e ilustrações, fazem os 18
minutos do documentário parecerem mais curtos. Mesmo quem não conhece a
história – que foi razão de vários protestos nos EUA na época dos fatos – percebe
que o final não é feliz.
Eu acabei
com um nó na garganta – de dor e de raiva. Importante não deixar casos com o de
Latasha caírem no esquecimento – até porque, eles continuam acontecendo. E é potente ver como tragédias podem se tornar protestos poéticos. Canções-documentários.
Documentários-canções.
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